A Construção Civil regista anualmente um número extremamente elevado de acidentes laborais, pelo que muitos deles podem ser evitados com o recurso a Equipamentos de Proteção Individual (EPI's) adequados. Embora os riscos enfrentados na construção sejam, de certa forma, semelhantes aos de outras indústrias, existem questões únicas que os profissionais desta área enfrentam, como o ambiente de trabalho em constante mudança.
Apresentamos-lhe 10 medidas que podem ajudá-lo a reduzir os acidentes e a manter os seus colaboradores protegidos:
1. Avaliação e Estudo do Projeto
A avaliação do projeto deve ser constante ao longo de todo o período em que a estiver em curso. Existem 2 principais fatores a ter em conta:
O Local: Todos os locais de construção têm riscos, mas estes não são universais entre os locais (por exemplo, alguém que trabalha em altura enfrenta ameaças diferentes daquelas que alguém enfrenta ao trabalhar com eletricidade).
Os Trabalhadores: Ao realizar um projeto, todos os envolvidos devem ter uma compreensão clara do trabalho que será executado, os requisitos que exige e quem será responsável por cada tarefa.
2. Formação e Consciencialização
Muitos dos equipamentos que se encontram nas infraestruturas em construção são especialmente perigosos.
Alguns trabalhadores podem não estar tão familiarizados com o trabalho a efetuar nem com os respetivos perigos envolvidos e por esta razão nunca devemos assumir que os trabalhadores entendem como trabalhar com as ferramentas e equipamentos que lhes são fornecidos. Assim, para garantir que consigam manusear corretamente as ferramentas e desempenhar a sua função de forma segura, devem ser sensibilizados a entender os perigos e riscos que enfrentam no seu local de trabalho.
Uma boa prática consiste, por exemplo antes do início dos trabalhos, dar aos trabalhadores pequenas sessões de esclarecimento sobre as tarefas que serão realizadas e que perigos poderão enfrentar.
3. Uso de EPI's adequados
Os EPI's comumente usados na construção, incluem calçado de segurança, coletes de alta visibilidade, capacete, óculos, protetores auditivos, entre outros. Em cada projeto, devem ser esclarecidos os requisitos mínimos a todos os colaboradores para que não restem dúvidas. E não só os trabalhadores, mas também visitantes das obras durante pouca duração, como é o caso de supervisores, por exemplo, devem usar os EPI's necessários para reduzir a exposição aos perigos que possam enfrentar no decorrer da sua visita à obra.
4. Organização do Local e Ferramentas de Trabalho
O local de trabalho deve ser limpo (de detritos, poeiras, pregos soltos, entre outros) e organizado diariamente, de forma a permanecer também livre de ferramentas que possam eventualmente ter ficado esquecidas. Isto poderá evitar o recurso improvisado a ferramentas menos adequadas por falta de organização.
Deve ainda garantir-se que todas as ferramentas elétricas são desligadas após a sua utilização.
5. Definição de um Protocolo de Deteção de Anomalias
É uma excelente prática a verificação de ferramentas e equipamentos antes do início dos trabalhos, de forma a garantir que estes, antes de serem utilizados, estão livres de defeitos ou danos. Pode, por exemplo, disponibilizarem-se listas de verificação de forma a que os trabalhadores criem a rotina de saber exatamente o que examinar e quando, começando a fazê-lo de forma sistemática.
Também é muito importante sensibilizar os trabalhadores para a importância da utilização apenas dos equipamentos que passem na inspeção que efetuaram previamente e, em casos de anomalias, de reportarem imediatamente, visto que os problemas só podem ser resolvidos se forem efetivamente reportados, pelo que quanto mais cedo forem reportados, menor é a probabilidade destes defeitos agravarem e provocarem acidentes.
Uma boa forma de promover a distinção imediata de ferramentas ou equipamentos defeituosos é através da criação de um protocolo de deteção de anomalias. Definir se a situação deve ou não ser reportada a um superior, se deve ser preenchido um relatório, entre outras opções.
6. Definição de um Protocolo de Emergência
Um protocolo de emergência ajuda a direcionar os trabalhadores para os procedimentos corretos quando ocorrem imprevistos como desastres naturais, derramamento de materiais perigosos ou outros.
É muito importante ter uma equipa responsável, que consiga relatar os possíveis perigos e problemas de qualidade, e com isto responder aos perigos quando enfrentados.
7. Investimento em Tecnologia
Hoje em dia existem já produtos que dão alertas automáticos quando o utilizador cai, enviando assistência para a sua localização, ou outros que medem a frequência cardíaca e alertam quando deve ser feita uma pausa. O recurso a estes sistemas, pode promover a segurança nestes locais de trabalho e consequentemente, os trabalhadores.
8. Avaliação do clima
Outro aspeto importante a ter em consideração é o clima. Como muitos dos trabalhadores na construção civil trabalham ao ar livre, correm um risco elevado de perigos relacionados com o clima. Deve assim ter-se em conta as considerações sazonais do projeto e determinar o que é possível fazer de forma a promover a segurança durante esse período.
Por exemplo:
As pessoas que trabalham em temperaturas quentes são mais propícias à desidratação. Encontre aqui 5 formas de facilitar o uso do seu EPI em temperaturas mais elevadas.
Em temperaturas mais baixas, é recomendado o uso de camadas e que o horário de trabalho seja durante o período mais quente do dia. Consulte aqui recomendações para trabalho em ambientes frios.
9. Instalação de Sinais e Práticas de Segurança para os Trabalhadores e Visitas
Os sinais de segurança (proibição, obrigação, advertência, entre outros) proporcionam maior consciencialização sobre os trabalhadores. Numa área onde estejam a ser usados equipamentos que provoquem muito ruido, podem ser colocados sinais a advertir para o uso de proteção auditiva; numa área onde passam maquinarias pesadas, podem ser colocados sinais de limite de velocidade, ou sinais que alertem os pedestres.
Deve sempre certificar-se que os sinais selecionados são de fácil leitura e visíveis à distância.
Outra das formas de garantir a segurança no local de trabalho é através da colocação de proteções. Isto ajuda a isolar os trabalhadores de áreas perigosas como eletricidade de alta tensão ou produtos químicos com fumos tóxicos.
Não esquecer a segurança dos visitantes, adotando práticas como: exigir que cada visitante só se possa movimentar pela obra acompanhado por uma pessoa autorizada, ou exigir que todas as visitas sejam previamente aprovadas.
10. Prevenir a fadiga nos trabalhadores
É sabido que os trabalhadores da construção civil têm um trabalho físico exigente, sujeitando-se a mais "ataques" físicos e cognitivos. Isto significa que a fadiga pode contribuir diretamente para a ocorrência de acidentes.
Felizmente existem formas práticas de reduzir estes riscos, entre elas:
fornecer os equipamentos e ferramentas certas;
recorrer a mecanismos de transporte de pesados que poupem o esforço físico dos trabalhadores;
regular as pausas dos trabalhadores;
saber identificar os sinais de esforço excessivo
Embora os EPI's não sejam vistos como o primeiro recurso, uma vez que a hierarquia de controlo começa com a eliminação ou substituição dos perigos, são necessários para reduzir os riscos à saúde e segurança do trabalhador, uma vez que existem perigos e riscos muito difíceis de eliminar completamente.
Por essa razão, os EPI's tornam-se essenciais quando não existe outra forma de remover ou reduzir o risco.
Práticas seguras aumentam a eficiência!
Conclui-se então que manter a segurança dos trabalhadores nos seus locais de trabalho pode não só reduzir os acidentes, como também aumentar em muito a eficiência do trabalho. A mitigação dos riscos no local de trabalho deve ser uma tarefa contínua, e não algo pelo qual nos esforçamos apenas ocasionalmente.
Pode consultar todos os EPI's de construção que temos disponíveis para a sua proteção!
Adaptado de
Safety Culture: safetyculture.com
American Society of Safety Professionals: www.assp.org
Occupational Health and Safety: www.hseblog.com
Industrial Health & Safety Review: www.isrmag.com
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